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LGPD completa 7 anos: o que mudou na forma como tratamos dados no Brasil 

12/08/2025 | Redator

Sete anos atrás, em 14 de agosto de 2018, o Brasil deu um passo histórico para proteger a privacidade e a segurança das informações pessoais: entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Desde então, empresas, órgãos públicos e até profissionais autônomos precisaram se adaptar para lidar de forma ética, segura e transparente com os dados que coletam. 

Mas o que realmente mudou nesses sete anos? E mais: como a LGPD impacta empresas de todos os portes e a vida de cada cidadão? Vamos conversar sobre isso de um jeito direto, claro e sem juridiquês. 

 

Por que a LGPD foi criada? 

 

Antes da lei, o Brasil não tinha uma regulamentação específica que garantisse direitos claros sobre o uso de dados pessoais. Isso deixava brechas para práticas abusivas, vazamentos e até uso indevido das informações, algo que já víamos acontecendo em escala global, com casos como o escândalo da Cambridge Analytica. 

A LGPD veio para mudar esse cenário, estabelecendo regras claras sobre: 

  • Quais dados podem ser coletados 
  • Como eles podem ser usados 
  • Quais direitos o titular tem sobre suas informações 
  • Quais punições as empresas sofrem caso descumpram a lei 

E o ponto mais importante: ela coloca o titular dos dados no centro do processo. Ou seja, você, eu e qualquer pessoa que forneça informações para uma empresa temos o direito de saber e decidir como nossos dados serão utilizados. 

 

O que a LGPD considera como dados pessoais?

 

Segundo a lei, dados pessoais são qualquer informação capaz de identificar uma pessoa de forma direta ou indireta. Isso inclui: 

  • Nome completo 
  • CPF e RG 
  • E-mail e telefone 
  • Endereço 
  • Data de nascimento 
  • Localização via GPS 
  • Dados bancários 
  • Histórico de compras ou de navegação 

Além disso, existe a categoria de dados pessoais sensíveis, que exigem um cuidado ainda maior. São informações sobre origem racial ou étnica, religião, opinião política, filiação sindical, dados de saúde, vida sexual, biometria e genética. 

 

Sete anos depois: o que mudou na prática 

 

Muita coisa evoluiu desde que a LGPD entrou em vigor. Podemos destacar algumas transformações visíveis: 

  1. Empresas mais conscientes

Organizações passaram a repensar como coletam, armazenam e utilizam dados. Hoje, é comum encontrar políticas de privacidade mais claras e a solicitação de consentimento antes de usar informações pessoais. 

  1. Titulares mais informados

As pessoas estão entendendo melhor seus direitos e questionando práticas abusivas. Não é raro um consumidor solicitar que seus dados sejam excluídos de uma base ou pedir uma cópia das informações que uma empresa possui sobre ele. 

  1. Segurança como prioridade

Com o aumento das multas e penalidades, empresas estão investindo mais em segurança da informação, criptografia e treinamentos para colaboradores. 

  1. Fiscalização mais atuante

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) ganhou força e hoje aplica sanções e orienta sobre como as organizações devem se adequar. 

 

Multas e penalidades: Não é brincadeira 

 

A LGPD prevê multas de até 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração. Além disso, a imagem da marca pode ser seriamente prejudicada em caso de vazamento ou uso indevido de dados. 

Ou seja: não se trata apenas de “cumprir a lei para evitar multa”. Cumprir a LGPD é também uma questão de reputação e confiança. 

 

Desafios que ainda precisamos superar 

Apesar dos avanços, ainda existem obstáculos: 

  • Pequenas empresas que não sabem como se adequar 
  • Falta de profissionais qualificados em proteção de dados 
  • Vazamentos que continuam acontecendo, muitas vezes por falhas humanas 
  • Uso indiscriminado de dados em marketing sem consentimento 

Isso mostra que a LGPD é um trabalho contínuo, e não um “checklist” a ser cumprido uma vez e esquecido. 

 

LGPD e transformação digital: lado a lado 

 

Vivemos em uma era em que praticamente tudo está conectado: fazemos compras pelo celular, usamos redes sociais para trabalhar e nos divertir, e compartilhamos informações em aplicativos de saúde, transporte e educação. 

Nesse contexto, a LGPD atua como um guia ético, garantindo que a inovação e a digitalização não comprometam a privacidade das pessoas. 

 

Como as empresas podem se adequar (e se manter em conformidade) 

 

Se você é empresário ou profissional de marketing, TI ou jurídico, aqui vão alguns passos práticos para continuar no caminho certo: 

  1. Mapeie seus dados 
    Saiba exatamente quais informações você coleta, de quem, onde são armazenadas e para que são usadas. 
  1. Revise formulários e cadastros 
    Solicite apenas os dados realmente necessários e deixe claro o motivo da coleta. 
  1. Invista em segurança da informação 
    Proteja seus sistemas contra invasões e vazamentos. 
  1. Treine sua equipe 
    Todo colaborador precisa entender a importância da LGPD e como agir no dia a dia. 
  1. Tenha um canal de comunicação com o titular 
    Facilite o acesso para que clientes possam exercer seus direitos. 

 

O impacto para o consumidor 

 

Para o cidadão comum, a LGPD trouxe um ganho enorme de autonomia e transparência. Agora, é possível: 

  • Saber exatamente como uma empresa usa seus dados 
  • Solicitar a exclusão de informações 
  • Corrigir dados incorretos 
  • Revogar o consentimento a qualquer momento 

Isso fortalece a confiança na relação entre consumidores e empresas , e confiança é um ativo valioso no mundo digital. 

 

E o futuro da LGPD? 

 

Com o avanço de tecnologias como inteligência artificial, big data e internet das coisas, a LGPD terá um papel cada vez mais relevante. Novos desafios vão surgir, principalmente no equilíbrio entre inovação e privacidade. 

Especialistas acreditam que nos próximos anos teremos ajustes na lei, novas regulamentações e até integrações com legislações internacionais, como o GDPR europeu. 

 

Conclusão: LGPD é sobre pessoas, não só sobre dados 

 

No fim das contas, a LGPD não é apenas uma lei sobre tecnologia ou negócios, é uma lei sobre respeito. Respeito pela privacidade, pela segurança e pelo direito que cada pessoa tem sobre sua própria informação. 

Sete anos depois, já vemos resultados positivos, mas o trabalho está longe de acabar. A adequação à LGPD deve ser encarada como um processo contínuo, que acompanha a evolução da tecnologia e das necessidades da sociedade. 

Seja você empresário, profissional autônomo ou consumidor, entender e aplicar a LGPD é investir em um futuro mais seguro, ético e transparente. 

 

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